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guerra de preçospor Pedro Duarte

Cada vez mais competitivo, tanto entre seguradoras, quanto entre corretores, o Seguro de Automóvel é o carro-chefe dos ramos elementares e o principal foco de debates quando o assunto é a guerra de preços para conquistar e fidelizar os clientes. A Susep pode melhorar a regulação do mercado? A alternativa mais consistente é adotar níveis de comissão máxima e mínima? Ou esse é um daqueles debates que nunca terão conclusão definitiva?

O corretor Nelson Aguiar Ruiz Pereira, da Premier Seguros (Recife/PE), acredita que a única maneira de solucionar o problema seria a adoção de desconto máximo de até 10% na carteira de Auto, ou seja, se a comissão fosse de 30%, o corretor só poderia trabalhar com comissão mínima de 20%. “Algumas companhias já praticam esse mecanismo, mas permitem até 20% de desconto e 10% de comissão. É muito pouco para remuneração de quem vai além da venda, pois passará o ano todo com a responsabilidade de auxiliar o segurado num eventual sinistro”, aponta Nelson.

Ele reconhece, nesse sentido, que as seguradoras precisam das pequenas e médias corretoras para ter capilaridade e para poder prestar um bom serviço aos segurados. “Portanto, é no mínimo antiético oferecer diferenciais competitivos para grandes corretoras. Acredito que essas deveriam ganhar um bônus por volume de produção, por exemplo, até porque os custos são bem maiores, porém o preço final do seguro deveria ser o mesmo”, pondera.

O corretor de seguros Arismar Manoel Budal Guimarães, de Curitiba/PR, argumenta que o corretor independente precisa de mais proteção da Susep. “O que vemos é corretores agindo sem independência ou totalmente ligados a um sistema que beneficia os segurados no curto prazo e prejudica a nossa categoria no longo prazo”, diz.

Ele avalia que existem três forças distintas: mercado, governo e consumidor. “Desde que estou trabalhando como corretor de seguros observo que nossos governantes deveriam exercer o papel de regulador entre os interesses dos consumidores e o mercado, afinal a função social do setor é primordial para qualquer país, principalmente agora com a globalização de informações”, prossegue Arismar.

“Nossa legislação não protege a função do corretor como intermediário independente. não regula as seguradoras em seu papel social e nosso consumidor continua confuso com tanta diversidade e liberalidade e por péssimos resultados de serviços”, acrescenta.

Já o corretor de seguros José Caiafa, da Flex Corretora de Seguros (São Paulo/SP) entede que cabe ao corretor escolher as armas adequadas para fazer frente à questão. “Ou baixa seus custos e passa a competir por preço, ou altera sua estratégia de vendas e passa a atuar com base na criatividade. Nesse caso, seu trabalho é o de convencer o cliente potencial que o produto que ele entrega tem valor agregado maior do que o do seu concorrente, por isso é mais caro”, conclui.

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